domingo, 17 de novembro de 2019

Demolição

Qual a ideia a expressar
Tenho feito silêncios e introspecções
Revirei pedras e arcabouços
Mas não era necessário 
Tudo o que foi preciso foi me ver
Foi estar onde não devia

Sempre penso no que sinto realmente 
Qual o motivo dessas lembranças doerem tanto
Como fiz de mim algo com medo da própria mente
Sem coragem de olhar atrás das portas
Fingindo uma indiferença que não tenho
Esperando algum salvador falar ou pensar por mim

Sem, no entanto, deixar me guiar
Confiar cegamente no destino
Ou em deus, se existir algum 
Se alguém acaso se importe, também 
Hoje o cinismo é tamanho que até minha falta de fé parece desacreditar de mim.
Eu respiro pesado, sentindo os dados sendo rolados

Vejo o fracasso continuo de tudo
A entropia universal vindo em velocidade máxima 
Dói a cada derrota
Dói a cada momento 
O relógio escancara minhas falhas
Por um tempo me acalmo

O remédio não faz mais efeito
A vida não faz mais efeito 
Onde me enganei?
Trilhei caminhos que nem sempre estavam abertos 
Pela pura teimosia
(São novamente quatro horas?)

O que restou de mim?
Quem é você?
O que faz de mim eu mesmo?
Por que estou novamente oco?
Que desgosto é esse?

Busquei conforto em meu sofá 
Enterrei minha cabeça nas almofadas.
Fiquei novamente em silêncio 
E o cinismo está palpável. 
Acaba mais uma vez
E nada fiz.