sábado, 13 de agosto de 2011

Inner Strenght


Cheguei à beira do penhasco. “Aqui estou”, pensei, “que soem os trovões e que venha a tempestade, pois seu filho a aguarda”.
Sentei-me com as pernas no abismo, contemplando o horizonte infinito encoberto por nuvens negras. Esperei por um sinal de que minha vinda não tinha sido em vão, de todo o caminho, todos os obstáculos e todas as dificuldades superadas, mas ele não veio. Apenas o vento compareceu, balançando meu corpo perigosamente para uma queda fatal, mas não tive medo. Uivava em meus ouvidos como o som do próprio inferno, gelava meus ossos, golpeava minha cara com um milhão de gotas violentamente atiradas contra mim. E ainda assim, não tive medo ou quaisquer emoções do tipo. Estava inspirando profundamente, ouvindo o som das ondas se quebrando selvagemente muitos vertiginosos metros abaixo. Nunca antes me sentira tão uno com o todo. Eu era a tempestade. A tempestade era eu. Trovões rebentavam com minha fúria derramada sobre eles, guiando-os e destruindo tudo o que tocavam.

Ouvi uma voz me chamando. Um tom doce insinuava-se e me seduzia, me oferecendo a paz que nunca tive. Um alívio para meus tormentos e um consolo para minhas lágrimas, um repouso e um descanso não menos que merecido.

Pensei por um instante. “Porque não”, pensei entre lágrimas, “Porque não terminar tudo por aqui?”.

Mas o momento passou. Olhei para a tempestade, encarei-me nas nuvens que ainda despejavam minha fúria, senti seu cheiro levemente elétrico e fui abraçado por suas águas das alturas. Olhei para as ondas, com suas vozes suaves e cheias de promessas, cerrei meus punhos e gritei a plenos pulmões meu nome. As ondas responderam com maldições e ameaças rugidas, não suportando serem rejeitadas. Mas me mantive firme. Agora nada mais poderia me deter. Eu era a tempestade, e tempestades não podem ser evitadas ou rendidas. Elas não se dobram, não são manipuláveis e não recebem ordens. Não vivem em vergonha, não desistem e são ferozes com quem as confronta. E assim, com um grito poderoso que dizia ao mundo “Não me derrotarás!” declarei-me livre de toda a derrota.

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