sexta-feira, 11 de maio de 2012

Desce!

Deixando de lado tudo isso, restou tão pouco a dizer... 
Fui rendido completamente, fiquei tão sem ação que mal consigo descrever. O controle de meu corpo foi tomado, nem sei como meu coração continuou a bater... me esforcei tanto para conseguir respirar e piscar, essas ações que deixam de ser automáticas em situações assim. Minha mente se perdeu em inúmeras possibilidades de passado, presente e futuro, girando e me confundindo mais do que eu já estava.
Dizem que nesse momento o melhor é confiarmos no nosso instinto, mas o meu entrou em pane. Queria fugir, gritar, pular, investigar, pensar e fazer tudo de novo e de novo. Sentia que estava me entregando: qualquer um que olhasse para mim naquele momento saberia que tudo estava perdido. Não conseguia sequer olhar para os lados para me certificar aonde eu estava, certeza já há muito perdida. Se não sentisse minhas pernas pesadas e duras como chumbo, podia jurar que flutuaria sem rumo.
De repente, um pulsar. Primeiro discreto, mas constante, acrescentando como fundo musical dramático e aumentando meu suspense. Depois aumentando mais e mais, um barulho abafado e desagradável, impossível de se ignorar. Agora minha respiração era mais arfante, suor brotava de minha testa, o desespero era palpável. Estava pronto para explodir, o nó em minha mente se acentuava...
Com toda essa confusão e me sentindo alheio a tudo, resolvi que nada mais restava a fazer. Me agarrei ao som contínuo de tambores surdos em minha cabeça com minhas unhas, trinquei meus dentes e com uma voz surgida de algum lugar que até agora não sei disse:

- Truco!




Um comentário:

  1. Eu sinto a mesma coisa quando estou com um zap na mão...:P

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